Desde 2004 a data de 29 de janeiro se tornou um marco pela visibilidade da população trans no Brasil.

Embora todos os dias sejam de luta, as datas escolhidas tornam-se uma ocasião de ampliar a atenção para esta parcela da população, que sofre o estigma, o preconceito e a discriminação em seu cotidiano. Uma luta de reconhecimento que merece a solidariedade de toda a sociedade, em especial dos movimentos sociais que atuam na construção de um mundo mais justo e plural.

No âmbito da Saúde Pública a importância da garantia de acesso através da implantação de políticas de acolhimento, inserção e adesão aos serviços é uma medida necessárias diante do crescimento da violência e das ações de exclusão com este grupo social. Iniciativas pioneiras como o Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids correm risco com a tentativa de desmembrar este equipamento público do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo.

O avanço do conservadorismo se reflete no crescimento das mortes e dos atos de violência contra homens e mulheres transexuais, travestis e transgêneros em geral.

Paralelamente à garantia de acesso à saúde, são urgentes ações de promoção dos direitos humanos que alertem para a convivência pacífica entre diferentes e promovam a cidadania através do respeito e do reconhecimento da individualidade de cada pessoa.

Neste dia, que possamos refletir sobre estas realidades e ampliar as mobilizações pela construção de uma sociedade mais inclusiva e menos excludente.

Rodrigo Pinheiro
Presidente