Hoje, 24 de março, é o Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose. Em todo o mundo ativistas marcam a data com mobilizações, chamando a atenção da sociedade para este problema secular e que ainda continua a matar milhares de pessoas a cada ano. A tuberculose é a doença infecciosa que mais mata no mundo, e é a principal causa de morte de pessoas que vivem com HIV. A cada dia morrem cinco mil pessoas, em todo o mundo, com tuberculose. Destas, mil têm HIV e tuberculose.

Os dados chocantes indicam a necessidade de se tratar estas duas patologias de forma conjunta, oferecendo acesso a exames, medicamentos, tratamento adequado e garantia de Direitos Humanos a todos os que estão sendo atingidos por estas coinfecções.

No Brasil, a tentativa de ações conjuntas – oferecendo testagem sorológica para os pacientes de tuberculose e exames específicos de detecção do bacilo para pessoas com HIV positivo – ainda esbarra em barreiras burocráticas e de prioridade política. A circulação de informações ainda é insuficiente e nos serviços de saúde, apesar da gravidade do tema, falta sensibilidade dos profissionais neste sentido.
tempos que toda a atenção se volta para o Covid-19, não devemos esquecer de dramas mais cotidianos, que aconteciam antes da chegada do coronavirus e continuaram após seu controle.

De parte da sociedade civil, a aproximação de ações de controle social ganham força principalmente quando a realidade, que cotidianamente bate em nossa porta, indica que o problema exige mobilização. Assim como nas hepatites virais, os diversos tipos de neoplasias e outras doenças, a realidade das coinfecções é sentida e nos exige cada vez mais entendimento e compromisso.

A ideia fantasiosa de que a Aids é uma doença totalmente controlável e cronificada esbarra também com esta realidade. Boa parte da população que vive com HIV é atingida por outros males, o que exige do Poder Público capacidade de entendimento desta realidade e amplia o leque de reivindicações da sociedade civil.

Neste dia, juntamos nossas vozes e esforços em busca de uma saúde pública de qualidade. Mas, isto somente será possível com a valorização do Sistema Único de Saúde e com o enfrentamento de toda a força que teima em querer desmontá-lo.

Rodrigo Pinheiro
Presidente