No momento em que assistimos a troca no comando do Ministério da Saúde, o Fórum das ONG/Aids do Estado de São Paulo (Foaesp) vem por meio desta nota manifestar sua opinião e preocupações, relacionadas com o dramático momento que a saúde pública brasileira vive:

- Lamentamos a redução desta importante pasta a um quebra-cabeças político, onde interesses partidários e pessoais se colocam acima das reais necessidades da população, sobretudo a mais vulnerável e empobrecida, carente da atenção governamental neste momento de crise.

- Esperamos que o novo titular do Ministério da Saúde promova o respeito à ciência e às diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), fundamentais para evitarmos esgotamento dos serviços de saúde e, assim, garantir atendimento aos que deles necessitam neste momento de enfrentamento da pandemia do coronavírus. Atitudes contrárias a estas orientações, como as protagonizadas pelo presidente da República, somente servem para confundir a população e semear discordância entre atores que deveriam estar sintonizados no mesmo campo de atuação.

- Também aguardamos que se priorize as ações de enfrentamento, sem esquecer a garantia dos direitos humanos e a participação da comunidade nas estratégias de prevenção, identificação dos casos, acompanhamento e cura dos diagnosticados. Que o exemplo de outros países que trataram, no primeiro momento, a emergência da Covid-19 como de menor gravidade, atualmente pagando pelos efeitos desta minimização e, ao modificaram a condução, evitaram ainda mais mortes e sofrimentos. O investimento em ampliação da testagem é fundamental para enfrentar o coronavírus, inclusive para se ter dados mais fidedignos da realidade desta pandemia.

- Que o Projeto de Lei sobre a necessidade de licenciamento compulsório, que ora circula no Congresso Nacional receba atenção dos novos mandatários e esperamos, ainda, que as politicas de Aids, Tuberculose e Hepatites Virais tenham igual atenção, especialmente no que tange às políticas sociais, visto que a pauperização é a principal intersecção deste quadro, que se agrava diante da Covid-19.

Rodrigo Pinheiro

Presidente