Numa promoção da Comissão de ISTs/HIV-aids do Conselho Estadual de Saúde de São Paulo aconteceu na quinta-feira (28/11) o seminário "Acesso aos Medicamentos" reunindo ativistas, conselheiros, técnicos e gestores visando a discussão do cenário e garantias de continuidade de fornecimento de medicamento gratuito a pacientes no estado.
A ativista Margarete Preto, do Projeto Bem Me Quer, manifestou sua preocupação com a capacidade orçamentária visto o aumento sensível dos custos que garantam o fornecimento e a constante ampliação do numero de pessoas que são inseridas no sistema de recebimento destes medicamentos. A médica Cynthia Batista, da área de controle de medicamentos e insumos do Departamento das Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, confirmou que o orçamento para 2020 da pasta prevê a destinação de 2,2 bilhões de reais para o fornecimento de medicamentos de HIV /Aids e Hepatites Virais.
Margarete também expôs sobre a importância da ampliação da cobertura vacinal para as hepatites A e B, e sua preocupação com a identificação de portadores da hepatite C visto que muitos desconhecem sua condição sorológica. Em resposta, a coordenadora do Programa Estadual de Hepatites Virais, Sirlene Caminada, falou sobre o Plano de Eliminação das Hepatites que contempla a ampliação da cobertura vacinal para Hepatite A, destinada a crianças e da vacina para Hepatite B que está disponível.
Paulo Giacomini da RNP+ levantou questionamento sobre a incorporação de novos medicamentos menos tóxicos de primeira linha, inexistentes no Brasil, e sobre a possibilidade de não haver mais orçamento para as ações em 2021. Estes pontos foram discutidos pelo coordenador do Programa Estadual IST/Aids-SP, Alexandre Gonçalves, e Robinson Fernandes de Camargo, coordenador adjunto do Programa Municipal de DST/Aids (PM DST/Aids). Para os gestores a garantia constitucional da saúde é uma garantia, mas esta depende de constantes mobilizações e ações de advocacy para que seja realmente efetivada.