Dentro da atual realidade de distanciamento, as ONGs afiliadas ao Foaesp realizaram na manhã de hoje, sexta-feira, a primeira reunião remota. A novidade mobilizou organizações da capital e interior e discutiu questões de ativismo e controle social, sobretudo aliados a pandemia do Covid-19 e sua repercussão em relação com as pessoas que vivem com HIV/Aids,as populações vulneráveis e o cotidiano de funcionamento das entidades.

No debate sobre a conjuntura nacional, o representante do Grupo de de Incentivo a Vida (GIV), Claudio Pereira, relatou sua preocupação com a paralisação da Comissão Nacional de Aids (CNAIDS) e Comissão de Articulação com os Movimentos Sociais (CAMS) e sugeriu uma mobilização nacional e realização de, pelo menos, reunião virtual para acompanhamento das ações governamentais. A demanda será enviada para Anaids, através da representação da região sudeste, solicitando que a reivindicação seja encaminhada ao Secretário de Vigilância em Saúde.

Na avaliação da atuação das organizações neste período, Margareth Preto e José Roberto do Projeto Bem Me Quer, relataram a mudança de ações juntos aos seus usuários, priorizando a utilização de recursos de rede sociais, ligações telefônicas e aplicativos de conversas para acompanhar as pessoas atendidas, substituindo as visitas domiciliares. Também comentaram o aumento de necessidade de cestas básicas, diante da restrições crescentes no mercado de trabalho. Também Carla Diana, da Associação Prudentina de Prevenção a Aids (APPA), de Presidente Prudente, relatou situação parecida e destacou os efeitos na saúde mental causados pelo isolamento e seus reflexos psicológico, principalmente pela crescente sensação de exclusão que a situação causa.

CRT tem 25 funcionários com Coronavírus e 3 usuários com diagnóstico positivo

Indagada da situação das pessoas vivendo com Aids em relação a pandemia da Covid-19, a infectologista Mylva Fonsi, do Programa Estadual de DST/Aids respondeu que estão sendo seguidas as orientações do Departamento das Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde (DCCI/MS), no que se refere a cuidados e manejo, também admitiu não tem informação da destinação de técnicos dos Serviço de Assistência Especializada em HIV/Aids (SAE) para atuação no combate a Covid-91.

Segundo ela, a orientação é para que os pacientes são assintomáticos posterguem a consulta, como forma de proteção tanto pára eles, como dos profissionais de saúde. " No entanto, destaca que qualquer alteração no quadro clínico ou ambulatorial deve-se procurar atendimento", complementa.

Já Denise Lotufo, da Gerência de Assistência Integral à Saúde do CRT/Aids informou que 212 pacientes, que apresentaram algum sintoma, foram encaminhados com suspeita de Covid, destes três apresentarem positivo, 28 resultados negativo e os demais aguardam resultado. Os casos mais graves encaminhados foram encaminhados ao Hospital Emílio Ribas e estão sendo monitorados por telefone. Já entre os profissionais de saúde 25 foram testaram positivo, e estão afastados, sendo que caso mais grave está internado em UTI.

"Aparentemente as pessoas em uso de ARV, quando acometidas tem uma reação mais branda, mesmo n temos um estudo aprofundado, mas a impressão é esta", complementou Mylva.

Em relação ao edital de projetos da sociedade civil, o técnico Jean Dantas informou que aguarda ainda a manifestação da área jurídica da Secretaria Estadual de Saúde, e que vai procurar a direção do Programa Estadual a fim de ampliar as tratativas para liberação desta documentação. O presidente do Foaesp, Rodrigo Pinheiro, alertou para a necessidade de agilização, visto que muitas ações dependem deste apoio, principalmente agora em que as demandas estão crescentes. Também alertou das limitações que a legislação eleitoral exige, devendo esta autorização ser liberada até o mês de junho.

Dianta do quadro de aumento dos casos de coronavírus e o risco de decretação de " lockdown" em São Paulo, ficou decidido que a próxima reunião ordinária, no dia 19 de junho, também será de forma remota.