O FOAESP protocolou, na última quarta-feira (21), denúncia nos ministérios públicos Estadual e Federal a respeito do medicamento dapsona, em falta no estado de São Paulo e no Brasil. Dapsona é usado no tratamento da hanseníase, de dermatites, mas também para “o tratamento e prevenção de pneumocistose e toxoplasmose em pessoas vivendo com HIV/Aids”, diz trecho da denúncia.

Um dos argumentos da denúncia é que na lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS), dapsona está entre os “mais necessários, eficazes e seguros em um sistema de saúde”. Ainda, que a droga é produzida pela Fundação para o Remédio Popular (FURP) e pelo Laboratório Farmacêutico da Marinha. No entanto, a produção do medicamento está parada já há alguns meses em ambos os laboratórios.

Segundo reportagem da TV Democracia e da coluna de Jamil Chade, a relatora especial das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação contra as Pessoas Afetadas pela Hanseníase e seus Familiares, Alice Cruz, “alertou para a falta ‘incompreensível’ de remédios, mesmo aqueles que são distribuídos gratuitamente”.

Ainda conforme a reportagem, até esta quinta-feira (22), o governo não havia respondido à relatora das Nações Unidas. Em comunicado público, Cruz teria pedido ao Supremo Tribunal Federal a urgência no “reconhecimento do direito à reparação de pessoas” que quando crianças foram separadas dos pais que tinham hanseníase e postas “à margem da sociedade”.

Na semana passada, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) salvou a FURP de extinção, proposta pelo governo do estado.