O Defensor Nacional de Direitos Humanos Atanasio Darcy Lucero Júnior vai acompanhar as recentes violações aos direitos humanos das pessoas vivendo com HIV e das pessoas doentes de aids relatadas nos últimos dias: a questão da atual falta e consequente suspensão dos exames de genotipagem e o recorte da violência obstétrica às mulheres gestantes, parturientes e puérperas vivendo com HIV.

Em reunião com Rodrigo Pinheiro e Márcia Leão, representantes do FOAESP e FOARS, respectivamente, nesta quarta-feira (9), o Defensor Nacional de Direitos Humanos chegou a surpreender-se com os relatos que ouviu de seus interlocutores.

Na questão da suspensão dos exames de genotipagem para HIV e hepatites virais, o defensor nacional irá, em 30 dias, monitorar o desdobramento regional a fim de checar se o fluxo dos exames já terá sido restabelecido.

Surpreso com o recorte da violência obstétrica e o constrangimento a que ainda são submetidas centenas de mulheres vivendo com HIV em gestação, em parto e no pós-parto, o Dr. Atanasio Lucero, oficiará o Ministério da Saúde, uma vez que é mais um elemento que acresce a vulnerabilidade da mulher vivendo com HIV.

O recente desmonte da área técnica de Saúde Mental do Ministério da Saúde também preocupa o Defensor Nacional de Direitos Humanos, que irá acompanhar os desdobramentos e levantar a situação nos estados focando nas questões relacionadas às políticas de Redução de Danos e nas revogações havidas, como portaria emitida em 2019.

Por fim, sobre as taxas de incidência e prevalência da hepatite C entre as pessoas privadas de liberdade, o defensor nacional propôs pensar numa ação articulada entre o Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, do Ministério da Saúde, e o Departamento Penitenciário Nacional, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.