Os 40 anos do Programa Estadual de IST/HIV/aids do estado de São Paulo foram celebrados em evento que reuniu gestores, pesquisadores, trabalhadores e ativistas do movimento de luta contra o HIV/aids. Com o tema “Menos discriminação, mais respeito”, o evento fez resgate histórico e apresentou desafios.
O pioneiro Programa Estadual, criado em 1983, “adota como referências éticas e políticas a luta pelos direitos de cidadania dos afetados e contra o estigma e a discriminação, a garantia do acesso universal à assistência gratuita, incluindo medicamentos específicos, e o direito de acesso aos meios adequados de prevenção”.
O Centro de Referência e Treinamento em DST/aids (CRT/DST/aids) sedia e coordena o Programa Estadual, tendo função estratégica na referência técnica e na definição de políticas públicas no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES/SP).
O evento de ontem discutiu as contribuições do Programa Estadual na história da epidemia de HIV/aids, legados, inovações, perspectivas e desafios para a eliminação do HIV/aids como problema de saúde pública.
Presente na mesa de abertura, Rodrigo Pinheiro, presidente do Foaesp, ressaltou a fundamental parceria do Programa Estadual com a sociedade civil, destacando a necessidade do fortalecimento do interior do estado e do incremento orçamentário. “A participação social é fundamental na resposta à epidemia de HIV/aids”, afirmou.
O ativista Jorge Beloqui, diretor do Grupo de Incentivo à Vida (GIV), um dos mais importantes militantes do movimento de luta contra o HIV/aids e que nos deixou em março deste ano, foi homenageado no evento.
Relatos de experiências, pessoas e entidades importantes na luta contra o HIV/aids receberam o prêmio Jorge Beloqui. O Instituto Cultural Barong, associado ao Foaesp, foi um dos agraciados com a premiação, na categoria “Organização da Sociedade Civil”.
O prêmio veio por conta do desenvolvimento do “Projeto Art em Casa” que, durante e após a pandemia da Covid-19, retira medicamentos em serviços públicos de saúde e os entrega sigilosamente às pessoas que vivem com HIV/aids e às pessoas trans em terapia de hormonização.