Na semana passada, o Programa Estadual de IST/aids de São Paulo realizou a 8ª Semana Paulista de Mobilização Contra a Sífilis e a Sífilis Congênita com o objetivo de discutir os desafios no enfrentamento da doença como problema de saúde pública no estado.
O cenário é preocupante, pois os casos de sífilis estão em alta no Brasil, com “crescimento exponencial no registro de novos casos ano após ano. Na última década, a taxa anual de detecção de novos casos de sífilis aumentou em mais de 7 vezes”, de acordo com o infectologista Rico Vasconcelos, em sua coluna no portal Uol.
O evento, em parceria com o Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems/SP), também apresentou experiências exitosas desenvolvidas no território, com o objetivo de eliminação do agravo. Municípios que atingiram indicadores para a redução ou eliminação da transmissão vertical do HIV e da sífilis foram contemplados com o Prêmio Luiza Matida.
Carla Diana, da Associação Prudentina de Incentivo à Vida (Apiv), e vice-presidente do Foaesp, esteve no evento e listou as dificuldades no combate à sífilis, na prevenção e no tratamento. “Na sífilis congênita, há muitas dificuldades em tratar o parceiro da gestante infectada. Muitas vezes, o diagnóstico é tardio, ou por falha no acompanhamento pré-natal ou por falta de acesso aos serviços de saúde”, explicou. 
A vice-presidente do Foaesp afirmou que a parceria com a sociedade civil, o uso de preservativos e a testagem são fundamentais na prevenção, já que não há medicação para prevenir a infecção, como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), no caso do HIV. “É preciso incentivar o uso de preservativos e também a testagem. É fundamental a parceria do poder público com as Organizações Não-governamentais (Ongs), para o diagnóstico precoce”, esclareceu. 
A adesão ao tratamento também é um desafio, pois “muitos pacientes não voltam para a segunda dose da penicilina, por exemplo”, diz Carla Diana, que lembrou ainda da necessidade de testagem em caso de nova gravidez.
Carla Diana lembra ainda que a sífilis é uma doença determinada socialmente e que entra na lista para eliminação do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (Ciedds). 
O Ciedds foi instituído em abril deste ano e é composto pelo Ministério da Saúde; Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania; Ministério da Educação; Ministério da Igualdade Racial; Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional; Ministério da Justiça e Segurança Pública e Ministério dos Povos Indígenas, “com a finalidade de promover ações que contribuam para a eliminação da tuberculose e de outras doenças determinadas socialmente como problemas de saúde pública no país até 2030”. Carla Diana é representante da Articulação Nacional de Luta Contra a Aids (Anaids) no Ciedds.