Cerca de 200 manifestantes ligados ao Fórum das ONG/Aids do Estado de São Paulo (Foaesp), à Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids de São Paulo (RNP+SP), ao Movimento Nacional das Cidadãs PositHIVas (MNCP) e ao Movimento Paulistano de luta contra a Aids (Mopaids) e outros movimentos protestaram na manhã desta quinta-feira (23), em frente à sede da farmacêutica Gilead Sciences Brasil, no Morumbi, bairro da zona sul de São Paulo.

Nesta semana, ato semelhante ocorreu no Rio de Janeiro, organizado pelo Grupo de Trabalho em Propriedade Intelectual (GTPI), reivindicando o uso de medicamentos genéricos no tratamento da hepatite C. Segundo o GTPI, o uso de genérico deve provocar uma redução de 80% no preço do tratamento e, consequentemente, uma ampliação no número de pessoas atendidas, além de uma economia de cerca de R$ 1 bilhão para o SUS. O protesto simulou a indústria farmacêutica nadando em dinheiro enquanto pacientes morrem de hepatite C, chamando a atenção das pessoas que passavam pelo local e colaboradores de outras empresas instaladas no edifício que saiam para o almoço, parando para assistir e apoiar o ato.

Apesar de chamado para receber o documento aprovado no ato, o diretor associado de relações governamentais Roni Donan nem nenhuma representação da farmacêutica se dispôs a conversar com a organização da manifestação.

Os ativistas protocolaram com a gerência de segurança do condomínio, uma carta à empresa que reivindica a retirada do pedido da patente do medicamento sosfobuvir ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). Segundo o documento argumenta, "no ano passado, o Ministério da Saúde pagou cerca de US$ 3,600 por tratamento, enquanto em países como Egito e Índia o genérico do antiviral é adquirido por US$ 200.

O presidente do Foaesp, Rodrigo Pinheiro, considera que "a empresa já teve grande lucro com este produto e a quebra da patente possibilitará o ingresso de medicamentos genéricos de qualidade, a um preço menor o que se reverterá em cura da hepatite C para milhares de pessoas que necessitam deste tratamento". O orçamento do Ministério da Saúde prevê um custo de um bilhão de reais para este tratamento, somente neste ano, o que sofreria importante redução com a concorrência dos genéricos neste mercado.

Confira parte da manifestação no vídeo postado no Facebook em @forumaidssp ou facebook.com/forumaidssp/