Na manhã de hoje, sexta-feira, o diretor do Departamento de IST/HIV/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Gérson Pereira, esteve na reunião ordinária do Foaesp apresentando as cinco prioridades do órgão para 2019/2020. São elas: a redução da mortalidade das pessoas vivendo com HIV; redução das hepatites virais com foco na hepatite C; redução da sífilis, da hepatite B e a eliminação da transmissão vertical do HIV; ampliação do acesso às ações de prevenção e atenção à saúde em IST, HIV/aids e hepatites virais; e a redução dos casos de sífilis adquirida.

 

Segundo o dirigente até 2020 se pretende ampliar o número de tratamentos para hepatite C para 50 mil, afirmou também que as tratativas com as empresas nacionais para a produção dos medicamentos estão em andamento e que para localizar os pacientes aptos a serem tratados se pretende incluir a testagem para as hepatites virais em todos os procedimentos possíveis. Em relação a hepatite B e a sífilis a meta é reduzir o número de casos, especialmente na transmissão vertical, " a eliminação da transmissão de mãe para filho é uma prioridade e pode ser possível com a inclusão efetiva dos exames durante o período de pré-natal", afirmou.

 

 

Diversos questionamentos seguiram a apresentação. Em relação ao decreto presidencial assinado ontem, 11/04, que extingue ou reformula conselhos, comissões e outros grupos de trabalho, o diretor afirmou que acredita na continuidade destes espaços no âmbito do Ministério da Saúde, inclusive afirmou que as reuniões da CAMS e CNAIDS para a próxima semana estão mantidas, bem como a criação de outros comitês feitas recentemente. Também sobre a nova política de drogas, publicada também na data de ontem, que tema abstinência de uso como diretriz, em detrimento a política de redução de danos, Gérson repetiu que a política de enfrentamento a aids é uma política de Estado e que não crê em alterações. " O ministro não nos disse para modificar nenhuma ação que está sendo desenvolvida", complementou.

 

Sobre o recente veto presidencial ao projeto que  que dispensa de reavaliação pericial a pessoa com HIV/Aids aposentada por invalidez, a chamada desaposentação, o diretor lembrou que o parecer do Departamento e da área jurídica do Ministério da Saúde foi contrária a este procedimento. " Sabemos que o preconceito ainda existe e atinge diretamente a área de trabalho e renda", mas admitiu a " delicadeza" do tema, o que exigirá tratativas para sua viabilização. Sobre as campanhas de prevenção anunciou a retomada do Grupo de Trabalho de Comunicação a fim de avaliar e propor ações mais direcionadas as populações-chave.

 

O presidente do Foaesp, Rodrigo Pinheiro, apontou a necessidade de garantia da distribuição do preservativo, lembrando que no ano passado houve falta do insumo em São Paulo. Segundo ele "junto com o preservativo é preciso vir ações mais arrojadas e criativas de inserção da prática do sexo seguro, sobretudo junto a adolescentes e jovens."