O Fórum das ONG/Aids do Estado de São Paulo (Foaesp) vai lançar um hotsite para facilitar e monitorar a adesão das candidaturas às Eleições 2018 (legislativo e executivo) ao Programa Mínimo sobre HIV/aids. O anúncio da plataforma foi feito nesta sexta-feira por Rodrigo Pinheiro, presidente do Foaesp, durante a reunião ordinária da organização. As três versões (presidente, governador/a e legislativos) do documento foram elaboradas pelo ativista Jorge Beloqui (GIV/ABIA/RNP+) sobre os relatórios do Encontro Nacional de ONG/Aids (Enong) e do Encontro Nacional da RNP+ Brasil, ambos em 2017.

As versões do documento foram encaminhadas há alguns meses à coordenação da Articulação Nacional de luta contra a Aids (Anaids), bem como aos fóruns e articulações estaduais, redes de pessoas vivendo com HIV e demais movimentos para que fossem adaptadas às realidades locais e entregues às respectivas candidaturas.

“A plataforma online vai facilitar a visualização dos candidatos aos poderes executivos e legislativos comprometidos com a causa da aids”, estima Rodrigo Pinheiro, presidente do Foaesp. A plataforma deve estar online até a primeira semana de setembro.

 

Hepatite C preocupa

A coordenadora do Programa Estadual de Hepatites de São Paulo (PEHV-SP), Sirlene Caminada, trouxe ao coletivo paulista das ONG/Aids uma preocupação, relatada anteriormente na Comissão de DST/Aids e Hepatites Virais do Conselho Estadual de Saúde (CES-SP), com o desabastecimento de medicamentos para hepatite C, bem como para outras patologias.

Atualmente, 4.122 pacientes com processos aprovados esperam pelo tratamento da hepatite C no Estado de São Paulo. Destes, 3.704 são monoinfectados e 418 são coinfectados pelo HIV. Estes números se acumulam desde dezembro de 2017.

Realizada em 7 de agosto, a reunião da comissão do CES-SP tinha por objetivos pensar em indicadores para monitorar a logística de medicamentos. No entanto, a Coordenadoria de Assistência Farmacêutica (CAF) da Secretaria de Estado da Saúde semanalmente envia a planilha com a situação dos medicamentos ao Conselho de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS-SP). O monitoramento será feito com esta planilha.

Desde março que a grade de medicamentos para o tratamento da hepatite C chega parcialmente ao Estado.

 

Faltam insumos de prevenção

Se o abastecimento de antirretrovirais (ARV) para o tratamento do HIV foi parcialmente resolvido, ainda que não há ARV suficientes para três meses em estoque no Estado, segundo planilha apresentada hoje por Alexandre Gonçalves, diretor técnico do CRT-DST/AIDS-SP, o mesmo não acontece com os insumos de prevenção ao HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis.

Uma grade total de 8 milhões de preservativos masculinos chegou ao Estado em janeiro. Atualmente, a necessidade é de 10 milhões mensais de preservativos. Desde março, gel lubrificante e preservativos femininos têm entrega parcial em São Paulo.

Neste mês, o Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo adquiriu 3,8 milhões de preservativos. Há um processo de licitação aberto para aquisição de mais 4,5 milhões. Segundo a gestão estadual, o Ministério da Saúde afirma que os preservativos passam pelo processo de certificação nos órgãos competentes para distribuição às unidades da federação.