?O Fórum das ONG/Aids do Estado de São Paulo (FOAESP), coletivo fundado em 1997 que reúne mais de cem organizações da sociedade civil com atuação pela garantia dos direitos humanos das pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA) e suas coinfecções e pela valorização do Sistema Único de Saúde (SUS), vem repudiar publicamente a declaração do escritor peruano Mario Vargas Llosa às páginas amarelas da Revista Veja – em entrevista publicada sob o título “Liberalismo é liberdade” -, que compara as Eleições 2018 com a Aids e o câncer terminal.
À revista brasileira, o escritor afirmou que escolher um entre os dois candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto à Presidência da República seria como ter de optar “entre a Aids e o câncer terminal”. O vencedor do Prêmio Nobel de literatura afirma, ainda, que “estar diante desse prognóstico de extremos, de populismo, é uma insensatez, um retrocesso”. Retrocesso, porém, é qualificar doenças que podem ser tratadas como se fossem a própria morte, derespeitando milhares de pessoas.
A Aids, embora seja uma doença crônica degenerativa, tem tratamento. O câncer, no entanto, pode ser curado. Ambas podem ser tratadas e mais efetivo será o tratamento destes agravos se diagnosticados no início de suas manifestações físicas.
O FOAESP respeita o marquês e político peruano; todavia não temos noticias de que nenhum escritor e politico brasileiro tenha cometido tal desrespeito à política peruana, nem às pessoas vivendo com HIV ou com câncer.