Em 1948, por decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS), foi criado o Dia Mundial da Saúde, com o objetivo de conscientizar a população a respeito da qualidade de vida e dos diferentes fatores que afetam a saúde populacional. Essa data foi comemorada, pela primeira vez, em 1950, há 70 anos.
Nestas sete décadas acompanhamos mudanças no perfil da população e a evolução científica para atender as demandas oriundas destas problemática. No entanto, paralelamente ao aumento das necessidades cresceu também a ganância e a busca do lucro, principalmente com a privatização dos sistemas de saúde e a restrição de acesso a quem deles precisa, sobretudo as classes mais empobrecidas.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde, o SUS, é permanentemente atacado e a necessidade constante de garantir seu funcionamento de qualidade é uma luta que deveria unir todos os cidadãos e cidadãs brasileiros. O atual cenário de enfrentamento ao coronavírus é um exemplo claro de que a saúde pública é o principal braço na defesa do bem-estar e da qualidade de vida dos cidadãos. Os ataques ao sistema de saúde brasileiro, como a restrição de recursos, o sucateamento das instalações, a precarização dos profissionais de saúde, o desmonte dos atendimentos e a dificuldade de acesso a novas tecnologias tornam o SUS frágil e mobilizar em sua defesa se torna um imperativo.
Neste Dia Mundial da Saúde o Foaesp renova sua crença de que os princípios do SUS precisam ser respeitados e garantidos, principalmente no que se refere à equidade de atendimento possibilitando que cada pessoa possa ter seu atendimento garantido, observado as características de diversidade existentes na gama da população atendida.
No entanto, não podemos deixar de mencionar a fragilidade que se encontra o atual cenário de Saúde em função da pandemia de Covid-19.
Sabemos que o processo de transformação da sociedade é também o processo de transformação da saúde e da vida, de uma forma geral. Estamos, hoje, vivenciando da forma mais trágica um contexto em que a promoção da saúde deve urgentemente ser pensada de forma articulada às demais políticas e tecnologias desenvolvidas no SUS.
O Covid-19 tem nos ensinado a emergência com que as intervenções em saúde necessitam ampliar seu propósito, valorizando os determinantes e condicionantes sociais como objeto de problemas e necessidades a serem combatidas. Compreender a intersetorialidade, com a articulação das possibilidades que envolvam setores ligados com a responsabilidade do direito humano e de cidadania é contribuir com a construção de ações que garantam a resposta frente às necessidades sociais agravadas pelo cenário atual em saúde.
Assim, o desempenho quanto à estrutura de ações requer a troca e a construção coletiva de esforços, saberes, linguagens e práticas entre políticas públicas, na tentativa de equacionar a questão da pandemia.
O acesso a serviços, exames e medicamentos, entre outros pontos, é prerrogativa constitucional e, portanto, não está submetida a interesses econômicos que visam unicamente o lucro. O SUS é de todos e todas, é garantia de vida, é vida com qualidade.
Carla Diana
Vice-presidente do Foaesp