O seminário 40 anos do HIV: o que fizemos, o que falta fazer? aconteceu durante todo o dia de ontem, Dia Mundial de Luta Contra a Aids. A sessão "Ativismo no Brasil: fundamental na construção da resposta brasileira" contou com a participação de Rodrigo Pinheiro, presidente do Foaesp.
Além de Pinheiro, a sessão contou com as participações de Javier Angonoa (Gapa Bahia) e Alessandra Nilo (Gestos Pernambuco). A mediação foi de Marina Vergueiro, autora do livro “Exposta”. O seminário foi organizado pela Agência de Notícias da Aids.
Falando sobre a desarticulação dos movimentos sociais e dificuldade de avançar nas pautas, Rodrigo Pinheiro destacou que há falta de responsabilidade e vontade política da gestão. “São momentos difíceis, de conservadorismo da extrema direita, e temos que falar sobre educação sexual nas escolas, fazer a discussão de gênero, do estigma, do preconceito e da discriminação”, afirmou.
“Precisamos chegar às populações mais vulneráveis, fazer com que eles tenham acesso às informações, às ações de prevenção e tratamento. Sou defensor do SUS, do acesso a todos, universal, equânime, integral”, explicou Pinheiro.
Alessandra Nilo classificou a desarticulação do movimento aids como “planejada, com um movimento muito duro do governo federal, cooptação de lideranças”, com despolitização e enfraquecimento do movimento social, crises internas e brigas. “Agendas políticas deixaram de ser mais importantes que espaços de poder, muitos queriam estar por conta de status e viagens”, colocando egos acima da luta pelas causas.
Javier Angonoa destacou o acolhimento que recebeu no Brasil, especialmente em Salvador, quando veio da Argentina, há 20 anos e que é preciso ter foco e não brigar por viagens, eventos e poder e comentou que “o ativismo tem que ter objetivos. Quando a gente perde objetivos, terminamos como carecas lutando por pentes”.
Sobre a fragmentação do ativismo, Pinheiro pontuou sobre disputas políticas, dificuldade de financiamento, desestruturação e desarticulação “o movimento precisa estar mais unido nas questões de seus ideais”, concluiu.
Veja o seminário na íntegra. A sessão começa em 5:10:00.