Na semana passada, a revista Science publicou em artigo escrito por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, a descoberta de nova variante do vírus HIV. Descrita como ‘altamente virulenta’ e capaz de levar maior carga viral no sangue, é mais transmissível e diminui com mais rapidez as células de defesa do corpo, as T- CD4. A descoberta não deve alarmar a população, pois o tratamento disponível é eficaz.
A variante, denominada VB, provavelmente surgiu na Holanda entre o final da década de 80 e na década seguinte, perdendo força a partir de 2010. Entretanto, é a primeira vez que foi mapeada em indivíduos.
Em entrevista à BBC Brasil, Chris Wymant, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo, afirmou que "a descoberta dessa variante reforça a importância de orientações que já existem: que os indivíduos com risco de contrair o HIV tenham acesso a testes regulares, permitindo o diagnóstico precoce, seguido de tratamento imediato".
Provavelmente, a variante surgiu por conta de mutações do vírus e a descoberta tardia se deve ao fato de que o sequenciamento genético em pessoas que vivem com HIV/aids é recente.
Wymant reforçou ainda que “o pior cenário seria a emergência de uma variante que combina alta virulência, alta transmissibilidade e resistência ao tratamento. A variante que descobrimos tem apenas as duas primeiras dessas características."
Foto: Vinícius Marinho/Fiocruz Imagens