Ontem (15), foi divulgado o caso da cura do HIV em uma mulher norte-americana. Este é o terceiro caso de cura, a primeira mulher. A paciente recebeu um transplante de células-tronco para o tratamento de leucemia. O fato foi apresentado na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas em Denver, nos Estados Unidos.
A paciente está sem sinais detectáveis de HIV desde que parou com o tratamento antirretroviral, em outubro de 2020, após o transplante. A norte-americana recebeu o transplante de células-tronco de um parente adulto e o sangue do cordão umbilical de um recém-nascido, sem relação de parentesco.
O caso faz parte de um estudo maior, liderado por cientistas da Universidade da Califórnia em Los Angeles e da Universidade Johns Hopkins. A resposta é surpreendente e o tratamento traz bons resultados. Em comunicado, a presidente eleita da Sociedade Internacional de Aids, Sharon Lewin, afirma que “a cura para o HIV é possível e fortalece ainda mais o uso da terapia genética como uma estratégia viável para a cura do HIV”.
Em sua conta no Twitter, a biomédica e neurocientista brasileira Mellanie Fontes-Dutra explica que o tratamento é promissor, mas que ainda são necessárias muitas investigações. “Transplantes de células tronco são arriscados e dispendiosos, ainda precisamos entender os mecanismos/processos de controle dessa proliferação das células-tronco”, disse.
Enfatizando as formas de prevenção, como o uso de preservativos, a Profilaxia Pré-exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-exposição (PEP), a pesquisadora afirmou que a divulgação da cura da paciente “é mais um ponto importante no entendimento de abordagens contra o HIV, e precisamos seguir investindo em pesquisa científica para chegar, cada vez mais próximo, de uma cura”.
Rodrigo Pinheiro, presidente do Foaesp, considera a cura da paciente uma boa notícia, mas pondera que “esta metodologia não é viável para a cura da aids para todas as pessoas”. Pinheiro ressalta ainda que são necessários “mais investimentos em pesquisas para vacinas, terapêuticas ou preventivas”.
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