São muitos os desafios no enfrentamento da tuberculose (TB), doença que é a principal causa de morte entre pessoas que vivem com HIV/aids (PVHA). As mortes por TB em PVHA, que têm 18 vezes mais chances de desenvolverem a doença, aumentaram pela primeira vez em 13 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os dados, publicados no Relatório Global de Tuberculose de 2021, mostram que foram 209 mil casos em 2019 e 214 mil em 2020, contrastando com os números anteriores. Ações de prevenção, diagnóstico e tratamento resultaram em declínio de 68% nas mortes por TB em PVHA, de 2006 a 2019.
De acordo com a OMS, em 2020, além do aumento no número de mortes, menos pessoas foram diagnosticadas, fizeram tratamento ou receberam o tratamento preventivo em comparação com 2019. Também houve diminuição nos gastos gerais com serviços essenciais para a doença.
“O aumento das mortes por TB entre pessoas vivendo com HIV é alarmante e demonstra a fragilidade do progresso pandêmico”, disse Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS, Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids. “Quando a pandemia de COVID-19 começou, a atenção global sobre o HIV e a TB mudou à medida que o mundo se concentrava em enfrentar a nova pandemia. Isto significou vidas perdidas desnecessariamente e importantes metas para o HIV, TB e outras doenças deixando de ser alcançadas. São necessárias ações urgentes e maiores investimentos para nos colocar novamente no caminho certo”, afirmou.
O Dia Mundial de Combate à Tuberculose foi dia 24 de março e um dos desafios para erradicação das doenças até 2030 são as vulnerabilidades. “Enquanto a AIDS, a TB e a COVID-19 se espalham de maneiras únicas, estamos observando como cada uma delas é impulsionada pela desigualdade social e econômica que deixa algumas comunidades mais vulneráveis e o mundo inteiro em risco. Temos a opção de enfrentar essas desigualdades ou deixar que essas pandemias continuem—o poder está em nossas mãos”, finalizou Winnie Byanyima.
O Foaesp vai pautar essa questão junto à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
*Com informações do UNAIDS