Em julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a varíola dos macacos, monkeypox, como emergência em saúde pública global. A doença se espalha por vários países. O estigma e o preconceito também.
Qualquer pessoa pode ficar doente, a transmissão se dá por contato próximo, por secreções ou gotículas e contato com as feridas na pele. Há baixo risco de morte, porém, pessoas com baixa imunidade, gestantes e crianças precisam ter mais cuidados para evitar o agravamento do quadro.
A doença está se espalhando rapidamente na população de homens que fazem sexo com homens. Cerca de 95% dos casos está nesta população, o que já traz estigma e preconceito associado à monkeypox, assim como acontece com a aids.
Em Santo André, no ABC Paulista, um médico foi afastado pela prefeitura após ter sido preconceituoso com um paciente que buscava atendimento com suspeita de monkeypox. De acordo com as investigações, o profissional foi homofóbico e preconceituoso, ao não acreditar na declaração de que o paciente não vive com HIV/aids.
Durante anúncio de plano de enfrentamento da monkeypox em São Paulo, David Uip, secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde afirmou que "Você pode errar uma vez, mas não pode ser surpreendido a segunda vez. Na pandemia de covid, faltou governança, resposta rápida, informação, insumos e vacinas até determinado momento. E sobrou o aprendizado. Estamos no meio de uma pandemia e entramos em um surto do monkeypox”.
Entre as medidas anunciadas, estão a preparação da rede de assistência, a ampliação de testagem e vigilância, cooperação entre os municípios, capacitação de profissionais e criação de protocolos específicos. No Brasil, uma pessoa, com baixa imunidade, morreu.
Nos últimos dias, a cantora Anitta também foi vítima de preconceito e fake news de que é uma pessoa vivendo com HIV/aids. Nas redes sociais, a cantora respondeu: "Eu tô nem aí. Ter HIV não é xingamento. Se eu for processar cada uma das fake news que tão inventando pra mim desde que me posicionei politicamente vou acabar com meu dinheiro só pagando advogado”.
Imagem: Pete Linforth/Pixabay