Campanha de mídia lançada pelo Foaesp tem como objetivo aumentar a conscientização, combatendo o estigma, o preconceito e a discriminação às Pessoas que Vivem com HIV/aids (PVHA).
O estudo Índice de Estigma em relação às pessoas vivendo com HIV/AIDS, do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) no Brasil, de 2019, aponta que mais de 64% das pessoas que vivem com HIV/Aids (PVHA) no Brasil já sofreram alguma forma de estigma ou de preconceito.
A campanha de mídia tem vídeos curtos de quatro personagens, Vítor, Valéria, Elisa e Ana, que contam, com emoção e delicadeza, suas histórias de vida. O estigma, o preconceito e a discriminação estão presentes em todas elas, mas enfrentar e receber apoio é fundamental para a qualidade de vida destas pessoas.
No começo, Vítor se sentia como se só tivesse mais uma semana de vida. “Eu amo viver, eu amo a vida. Ela é única, e acaba rapidinho. Enquanto eu estou aqui, eu estou aproveitando... o cheiro, a cor, o clima”, disse, assertivo.
Valéria viu pessoas sendo preconceituosas com outras que aderiram à Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que é o uso de medicamentos preventivos para evitar a infecção do vírus HIV. “O que falta para o ser humano é o respeito ao próximo, não é nem o amor. Não precisa nem me amar, meu bem, me respeita como ser humano”, pontuou.
Elisa foi abandonada. Mas ela ‘não é um vírus’, ela é uma pessoa, uma ativista, uma avó, uma mãe, e que se ama muito. “Eu entendi que quem perdeu foi ele. Eu deixei de dar meu amor pra ele, que é tão grande. E hoje eu dou para tantas pessoas. E ele deixou de desfrutar disso. O preconceito é uma ferida na alma”, contou, resignada.
O estudo sobre estigma e preconceito do UNAIDS de 2019 revelou que, nos 12 meses anteriores à pesquisa, 15% das PVHA sofreram algum tipo de preconceito ou discriminação em serviços de saúde. 
Ana sofreu preconceito no momento do parto. Hoje viúva, Ana pode mostrar o rosto, pois também sofreu discriminação pelo marido. Aliviada, Ana explicou estar muito feliz em participar da campanha, “porque durante 17 anos eu não pude aparecer na mídia. Eu respeitei meu marido. Hoje, eu estou viúva, e eu tenho liberdade de voltar a contar minha história”.
De acordo com o estudo, as formas mais comuns de discriminação contra PVHA no Brasil são: comentários discriminatórios (46,3%), assédio verbal (25,3%), perda de fonte de renda ou emprego (19,6%) e agressões físicas (6%).
Márcia Leão, do Fórum Ong/aids do Rio Grande do Sul (Foars), destaca a importância da alegria das pessoas reais que fazem parte dos vídeos da campanha e que “ações como essas são fundamentais no movimento de luta contra a aids”.
Rodrigo Pinheiro, presidente do Foaesp, ressalta que o enfrentamento do preconceito é fundamental e também auxilia no trabalho de prevenção. “Em mais de 40 anos de epidemia de HIV/AIDS, o maior desafio é o combate ao estigma e ao preconceito das pessoas com quem vive com o vírus. Este projeto é para conscientizar a população em geral. Esta luta se faz necessária para a garantia dos Direitos Humanos.” 
Amor, respeito e liberdade ao invés de estigma, de preconceito e de discriminação. As pessoas que vivem com HIV merecem. Todos os vídeos estão disponíveis no canal do Youtube do Foaesp.