Preocupados com as notícias que circulam sobre as mudanças no modelo de gestão do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, a diretoria, os funcionários, os pacientes e os representantes do movimento social se reuniram em assembleia nesta terça-feira (18). O hospital é referência para pessoas que vivem com HIV/aids.
São muitas as informações que circulam, como passar de administração direta para a gestão do Hospital das Clínicas, ou para a Secretaria de Vigilância Epidemiológica, por exemplo, mas ainda não há questão fechada. As incertezas geram apreensão de todos.
“Eu acho que a maior importância é a união do Emilio Ribas, a união dos funcionários com a sociedade civil para poder discutir o futuro desse hospital. O Emílio Ribas vem sendo depauperado há anos, dilapidado, a gente está perdendo funcionários, perdendo estrutura e o que não podemos ficar é a mercê de fake news que são jogadas”, afirmou Wladimir Queirós, diretor clínico do hospital, destacando a importância da assembleia para o futuro do Emílio Ribas.
Representando o Foaesp, o Grupo pela Vidda e o Mopaids, Eduardo Barbosa ressaltou a importância do hospital, não só no enfrentamento da epidemia de aids, mas também na pandemia da Covid-19, por exemplo. “Nós, enquanto movimento social, queremos participar de tudo isso, pois o interesse das pessoas e das Organizações Não-governamentais é continuar tendo um hospital porta aberta, inteiramente Sistema Único de Saúde”, explicou.
Citando ainda sobre as incertezas, e a proposta aventada de junção com o Centro de Referência e Treinamento (CRT) HIV/aids, e ainda sobre as questões financeiras e logísticas, e o grande número de usuários, Barbosa demonstra preocupação com o futuro.
“Não queremos precarização do atendimento. Nós vamos brigar, nós, as pessoas que vivem com HIV/aids (PVHA), e os movimentos sociais, nós vamos ter que agir”, finalizou.
Ao final da assembleia, houve um abraço simbólico ao prédio do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.