Resultado de ensaio clínico com nova droga, em mulheres jovens africanas, com proteção total para o HIV, entusiasma o movimento de luta contra o HIV/aids. O medicamento lenacapavir é fabricado pela farmacêutica norte-americana Gilead Sciences, que divulgou os resultados da pesquisa.
O ensaio, realizado em Uganda e na África do Sul, envolveu mais de cinco mil mulheres, entre 16 e 25 anos, população muito vulnerável. As voluntárias receberam três medicamentos diferentes e, no grupo das que receberam o lenacapavir, nenhuma contraiu o HIV.
Os resultados foram tão eficazes que um comitê independente de revisão de dados fez a recomendação que o medicamento fosse oferecido para todas as participantes do estudo. Os dados ainda não passaram pela revisão por pares, ou seja, de outros cientistas.
A aplicação do medicamento é feita em duas doses anuais, via injeção, o que facilita o acesso e a adesão, além de contribuir para combater o estigma. O medicamento também poderá ser usado como Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). Ainda estão em curso outros estudos com o medicamento para testar a eficácia.
Para Rodrigo Pinheiro, presidente do Foaesp, o resultado do estudo é “ótima notícia para a prevenção”, entretanto, ele ressalta que “os governos precisam começar a trabalhar para facilitar o acesso a essas tecnologias, para não deixar de lado as populações mais vulneráveis”, disse.
Outro entrave é o alto custo do medicamento. Pinheiro aponta que “a indústria farmacêutica tem que fazer o registro do medicamento no país, baixando o preço, para que fique um preço acessível para atingir o maior número possível de pessoas”.
Em entrevista ao jornal The New York Times, a farmacêutica afirmou “estar comprometida a disponibilizar o medicamento a um preço acessível a países de baixa renda com altas taxas de incidência de HIV”.
*com informações do Uol