Na última sexta (12), aconteceu, de forma online, a reunião ordinária do Foaesp, com a participação de representantes de várias Organizações Não-governamentais (Ongs) associadas e também de representantes do Programa de IST/HIV/aids da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Na pauta, Erong, parcerias, Emílio Ribas e repasse de recursos.
Entre os assuntos discutidos, a realização do Encontro Regional das Ong/aids da região sudeste (Erong), que acontecerá, de maneira virtual, nos dias 18 e 19 de julho.
Américo Nunes Neto, do Instituto Vida Nova, apresentou o Projeto 50+ Vida Posithiva, que trata da longevidade das pessoas que vivem com HIV/aids (PVHA), com foco na atividade física, na assistência psicológica e na segurança alimentar.
Rodrigo Pinheiro, presidente do Foaesp, destacou a importância da discussão do tema e das vulnerabilidades encontradas pelas PVHA que estão envelhecendo. O projeto é apoiado pelo Fundo Posithivo.
Américo Nunes Neto, do Instituto Vida Nova, e Rodrigo Pinheiro, do Núcleo de Advocacy em Saúde (Nuas), serão os representantes do Foaesp no Grupo de Trabalho de Organização Governamental e Organizações Não-governamentais (GT OG/ONG).
As representantes do Barong Marta McBritton e Margarete Preto contaram que a van da organização que estava no conserto já está realizando ações na Baixada Santista.
O Barong se colocou à disposição para dialogar e formar parceria com outras organizações do estado de São Paulo para a realização de ações de testagem rápida para IST/HIV/aids e hepatites virais nos municípios paulistas.
Para ampliação do Projeto Art em Casa, estratégia para entrega domiciliar de medicamentos antirretrovirais e insumos, o Barong também se colocou à disposição para parceria com outras organizações, para que o projeto seja desenvolvido em outros territórios, além da capital paulista.
Américo Nunes Neto e Liliana Mussi, da Terra das Andorinhas, participaram da reunião do GT SUS/SUAS, que teve como pauta a elaboração de um plano de trabalho a ser desenvolvido pelo Programa Brasil Saudável que, em um primeiro momento, contemplará os municípios de Santos, Praia Grande, Guarujá e São Vicente, no litoral paulista. Na ocasião, foram apresentados alguns dados dos municípios e a próxima reunião, ainda em julho, tratará da discussão para montagem do plano de trabalho.
Emílio Ribas
Outro tema discutido foi a notícia da mudança do modelo de gestão do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Há notícias circulando, inclusive pela imprensa, que existem planos para a mudança na gestão, de administração direta para gestão do Hospital das Clínicas.
Margarete Preto, representando o Movimento Paulistano de Luta contra a Aids (Mopaids), participou de reunião que tratou do tema. As mudanças geram incertezas e apreensão no movimento de luta contra o HIV/aids, pois a unidade é referência para PVHA, funciona de “portas abertas”, e consegue absorver e compreender toda a diversidade do enfrentamento ao HIV/aids.
O Foaesp encaminhou, nesta segunda-feira (15), ofício ao Secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Eleuses Paiva, afirmando que “mudanças no modelo de gestão podem comprometer a resposta ao enfrentamento ao HIV/aids e o atendimento à população”.
No documento, o Foaesp reitera que, além de defender o atual modelo de gestão, entende “que é preciso o fortalecimento do Emílio Ribas, com a contratação de mais profissionais, e o uso de leitos inativos com consequente aumento da capacidade de atendimento, por exemplo”.
Programa Estadual
Os representantes do programa estadual de IST/HIV/aids falaram sobre as estratégias da coordenação estadual para o enfrentamento das IST/HIV/aids, tuberculose e hepatites virais.
Um dos temas debatidos foi a demora para a realização de alguns exames no CRT/SP. Os problemas pontuais na grade de medicamentos também foram debatidos na reunião. Há problemas na dispensação de medicamentos antirretrovirais, que não estão sendo distribuídos para três meses, prejudicando a adesão ao tratamento.
Resultados preliminares e encaminhamentos do levantamento Transmissão Vertical e Juventudes no Estado de São Paulo foram apresentados. Há falta de algumas informações relevantes como, por exemplo, as informações de âmbito social e econômico, nos prontuários dos pacientes dos pacientes que foram objeto do estudo.
Sobre este assunto, os representantes ressaltaram que alguns serviços de saúde já vêm refletindo sobre a demanda e pensando em ações que possam mitigar a falta de informação.
É indiscutível a necessidade de pensar nos protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas (PCDT) para além do clínico, pensando na responsabilidade que o Estado tem em promover melhorias na qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV/Aids.
Também foram esclarecidas dúvidas sobre o repasse de recursos para as Ongs via projeto da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
Eduardo Barbosa, do Grupo Pela Vidda, cobrou que haja mais agilidade nos processos e menos burocratização para o financiamento das ações de base comunitária realizadas pelas Ongs. Ele também ressaltou a dificuldade que as Ongs que atuam no campo da saúde enfrentam para acessar as emendas parlamentares.