O XXIII Encontro Regional de ONGs, Redes e Movimentos de luta contra AIDS da Região Sudeste (Erong Sudeste) teve início nesta quinta-feira (18). De forma online, o evento, preparatório para o Encontro Nacional das Ong/aids (Enong), foi organizado pelo Foaesp, e reuniu delegados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O tema do evento é “Reafirmando lutas e resistindo aos desafios”.
Na fala de abertura, Rodrigo Pinheiro, presidente do Foaesp, agradeceu a presença de todos, lamentou a fragilização do encontro regional e ressaltou a importância de “fortalecer laços enquanto região”.
Representante de Minas Gerais, Sueli Nascimento contextualizou o momento difícil do movimento de luta contra o HIV/aids em seu estado, com dificuldades de articulação com o governo estadual e com a incapacidade do estado de organizar o encontro, como definido anteriormente.
Cleide Jane, representando o Rio de Janeiro, também pontuou sobre a falta de entendimento entre os representantes da região sudeste. “Espero que o Erong volte a se reestruturar, para uma região mais unida, mais focada”, disse.
Após breve apresentação dos participantes, foi lido o regimento interno do encontro e, após debate e considerações, o documento foi aprovado.
Eduardo Barbosa, do Grupo Pela Vidda, foi convidado a fazer uma fala na abertura do evento. Para o militante, há fragilidades, falta de entendimento e de comprometimento com o coletivo e consequente diminuição de mobilização.
“Vejo fragmentação em nossas ações, a gente precisa se mobilizar, se fortalecer, dialogar, estabelecer prioridades. Diferenças sempre vamos ter, mas precisamos de compromisso. As Ongs lutam para manter as portas abertas, a gente fica o tempo todo lutando para nos mantermos vivos. Muitas Ongs foram desativadas, e muitas não conhecem o trabalho das outras. Se nós não nos valorizarmos, quem é que vai nos valorizar, quem vai dar o respaldo?”, refletiu Barbosa.
O ativista lembrou ainda de questões importantes, como o estigma, o preconceito e a discriminação contra as pessoas que vivem com HIV/aids, o envelhecimento desta população, a ausência de representantes de Ongs importantes e a falta de renovação da militância.
Barbosa também pontuou sobre a necessidade do aumento da incidência política e da construção de políticas públicas que garantam direitos às pessoas que vivem com HIV/aids, principalmente as mais vulneráveis.
Pensando nas eleições para prefeitos e vereadores deste ano, Eduardo Barbosa afirmou ser de fundamental importância que os candidatos se comprometam com a luta contra a epidemia de HIV/aids. “Precisamos nos organizar novamente, precisamos de consenso, paciência, empatia e entendimento. Precisamos voltar a ter a força que a gente tinha junto aos órgãos do executivo e do legislativo”, concluiu.
Ao final, cada estado apresentou a devolutiva das propostas tiradas nos respectivos Encontros Estaduais das Ong/aids (EEONG). Os participantes se encontrarão novamente nesta sexta-feira.