Na manhã desta sexta-feira (11), aconteceu de forma online a reunião ordinária do Foaesp, com a presença de representantes de diversas Organizações Não-governamentais (Ongs) associadas e também de representantes do Programa Estadual de IST/HIV/aids. Entre os temas debatidos, o licenciamento compulsório do medicamento lenacapavir; o Enong 2024; as eleições municipais; o 1º de dezembro; entre outros assuntos.
Rodrigo Pinheiro, presidente do Foaesp, contou sobre a reunião com Nísia Trindade, Ministra da Saúde. Orçamento e editais estiveram presentes na discussão, assim como a possibilidade da incorporação do medicamento lenacapavir, droga injetável de longa duração de grande eficácia na Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). 
Porém, o preço abusivo faz com que o Ministério da Saúde negocie com a indústria farmacêutica Gilead. O movimento social também faz pressão para a diminuição do custo do medicamento. Caso a negociação não avance, o Foaesp vai pressionar para que aconteça o licenciamento compulsório do lenacapavir, a exemplo do que aconteceu em 2008 com o medicamento efavirenz, na gestão do Ministro José Gomes Temporão.
O Encontro Nacinal de Ongs/aids (Enong) 2024 também esteve em discussão na reunião. A data do evento, que acontecerá em Duque de Caxias (RJ), foi mudada para 10 a 14 de dezembro, o que causou diversas mudanças na logística para a ida dos delegados ao encontro.
Rodrigo Pinheiro também pontuou a ida de representantes do Foaesp à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, para a liberação de recursos atrasados para as Ongs/aids frutos de edital realizado pelo órgão. Após a conversa, o montante foi liberado.
Os presentes também debateram sobre as eleições municipais, que aconteceram no último final de semana. A percepção geral é que houve avanço da extrema direita, mas que o movimento social deve se organizar para conversar com prefeitos e vereadores eleitos para tentarem avançar em pautas importantes para a luta contra o HIV/aids. A mobilização se dará já para os municípios que contam com segundo turno.
Também foram discutidas as ações para o 1º de Dezembro, Dia Mundial de Luta Contra a Aids, que serão mais debatidas na próxima reunião, em novembro. Propostas de temas e estratégias para dar mais visibilidade ao evento foram apresentadas.
Os representantes do Programa Estadual de IST/HIV/aids apresentaram a grade de medicamentos e, mais uma vez, há dificuldades na dispensação dos medicamentos pediátricos, problema que persiste há meses.
Foram apresentados também dados do Programa de Boas Práticas em HIV/aids, com a situação dos Serviços de Atendimento Especializado (SAEs). De acordo com os representantes do Programa Estadual, o Programa de Boas Práticas é estruturador para os municípios, sendo possível a identificação de caminhos e fragilidades.
A Mpox também foi tema da reunião. Os representantes do Programa Estadual apresentaram um panorama epidemiológico da doença, no Brasil e no mundo, além de dados como: formas de infecção, sintomas e vacina.